Ancilostomíase: Amarelão
Porção anterior de Ancylostoma duodenale, mostrando boca com dentículos dilacerantes.
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A ancilostomose é uma helmintíase que pode ser causada tanto pelo Ancylostoma duodenale como pelo Necatur americanus.
Ambos são vermes nematelmintes (asquelmintes), de pequenas dimensões,
medindo entre 1 e 1,5 cm. A doença pode também ser conhecida
popularmente como "amarelão", "doença do jeca-tatu", "mal-da-terra",
"anemia-dos-mineiros, "opilação", etc.
As pessoas portadoras desta
verminose são pálidas, com a pele amarelada, pois os vermes vivem no
intestino delgado e, com suas placas cortantes ou dentes, rasgam as
paredes intestinais, sugam o sangue e provocam hemorragias e anemia.
A pessoa se contagia ao manter
contato com o solo contaminado por dejetos. As larvas filarióides
penetram ativamente através da pele (quando ingeridas, podem penetrar
através da mucosa). As larvas têm origem nos ovos eliminados pelo homem.
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Ciclo de Vida
Os vermes adultos vivem no intestino delgado do homem. Depois do acasalamento, os ovos são expulsos com as fezes (a fêmea do Ancylostoma duodenale põe até 30 mil ovos por dia, enquanto que a do Necator americanus põe 9 mil). Encontrando condições favoráveis no calor (calor e umidade), tornam-se embrionados 24 horas depois da expulsão.
A larva assim originada denomina-se rabditóide.
Abandona a casca do ovo, passando a ter vida livre no solo. Depois de
uma semana, em média, transforma-se numa larva que pode penetrar através
da pele do homem, denominada larva filarióide infestante.
Quando os indivíduos andam descalços
nestas áreas, as larvas filarióides penetram na pele, migram para os
capilares linfáticos da derme e, em seguida, passam para os capilares
sanguíneos, sendo levadas pela circulação até o coração e, finalmente,
aos pulmões.
Depois, perfuram os capilares
pulmonares e a parede dos alvéolos, migram pelos bronquíolos e chegam à
faringe. Em seguida, descem pelo esôfago e alcançam o intestino delgado,
onde se tornam adultas.
Outra contaminação é pela larva
filarióide encistada (pode ocorrer o encistamento da larva no solo) a
qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino
delgado, sem percorrer os caminhos descritos anteriormente.
Ciclo de vida detalhado
1- As larvas
penetram ativamente através da pele, atingem a circulação e executam uma
viagem semelhante àquela realizada pelas larvas da lombriga, migrando
do coração para os alvéolos pulmonares.
2- Dos alvéolos, seguem para os
brônquios, traquéia, laringe, faringe, esôfago, estômago e intestino
delagado, local em que se transformam em adultos.
3- Após acasalamento no
intestino, as fêmeas iniciam a posturas dos ovos, que, misturados as
fezes, são eliminados paara o solo. A diferença em relação à ascaridíase
é que, neste caso, os ovos eclodem no solo e liberam uma larva.
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4- Em solo úmidos e sombrios, as larvas permanecem vivas e se alimentam. Sofrem muda na cutícula durante esse período.
Sintomas
No local da penetração das larvas
filarióides, ocorre uma reação inflamatória (pruriginosa). No decurso,
pode ser observada tosse ou até pneumonia (passagem das larvas pelos
pulmões). Em seguida, surgem perturbações intestinais que se manifestam
por cólicas, náuseas e hemorragias decorrentes da ação espoliadora dos
dentes ou placas cortantes existentes na boca destes vermes. Estas
hemorragias podem durar muito tempo, levando o indivíduo a uma anemia
intensa, o que agrava mais o quadro.
Poderão ocorrer algumas complicações,
tais como: caquexia (desnutrição profunda), amenorréia (ausência de
menstruação), partos com feto morto e, em crianças, transtornos no
crescimento.
Prevenção e Tratamento
As principais medidas de prevenção consistem na construção de instalações sanitárias adequadas,
evitando assim que os ovos dos vermes contaminem o solo; uso de
calçados, impedindo a penetração das larvas pelos pés. Além do
tratamento dos portadores, é necessária uma ampla campanha de educação
sanitária. Caso contrário, o homem correrá sempre o risco de adquirir
novamente a verminose.
No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes o pirantel, mebendazol e tiabendazol.
No tratamento dos doentes, o remédio clássico é o befênio; também são eficazes o pirantel, mebendazol e tiabendazol.
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