A hanseníase, conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das
doenças mais antigas na história da medicina. É causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae: um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. Não é, portanto, hereditária.
Com período de incubação que varia entre três e cinco anos, sua primeira manifestação
consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou
esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço,
fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas.
Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já
existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar
deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedir determinados
movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir que
determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas
regiões.
O diagnóstico consiste, principalmente, na avaliação
clínica: aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação
dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como
biópsia, podem ser necessários.
Esta doença é capaz de contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado.
Entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, a maioria das
pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve. Aproximadamente 95%
dos parasitas são eliminados na primeira dose do tratamento, já sendo incapaz de transmiti-los a outras pessoas.
Este dura até aproximadamente um ano e o paciente pode ser
completamente curado, desde que siga corretamente os cuidados
necessários. Assim, buscar auxílio médico é a melhor forma de evitar a
evolução da doença e a contaminação de outras pessoas.
O tratamento e distribuição de remédios são gratuitos
e, ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, em face do estigma
que esta doença tem, não é necessário o isolamento do paciente. Aliás, a
presença de amigos e familiares é fundamental para sua cura.
Durante este tempo, o hanseniano pode desenvolver suas atividades
normais, sem restrições. Entretanto, reações adversas ao medicamento
podem ocorrer e, nestes casos, é necessário buscar auxílio médico.
Importante saber:
Segundo a OMS, nosso país é líder mundial em prevalência da hanseníase.
Em 1991, foi assinado pelo governo brasileiro um termo de compromisso
mundial, comprometendo-se a eliminar esta doença até 2010. Entretanto, a
cada ano, há mais de quarenta mil novos casos tendo, entre eles, vários
indivíduos em situação de deformidade irreversível.
Nos dias 24, 26 e 27 de janeiro são comemorados, respectivamente, o Dia
do Hanseniano, o Dia Mundial de Combate à Hanseníase e o Dia Estadual
de Combate à Hanseníase.
“Lepra”, designação antiga desta doença, era o nome dado a doenças da
pele em geral, como psoríase, eczema e a própria hanseníase. Devido ao
estigma dado a esta denominação e também ao fato de que hoje, com o
avanço da medicina, há nomes apropriados para cada uma destas
dermatoses, este termo deixou de ser utilizado (ou, pelo menos, deveria
ter sido).
Nenhum comentário:
Postar um comentário