Mananciais são todas as fontes de água, superficiais ou subterrâneas,
que podem ser usadas para o abastecimento público. Isso inclui, por
exemplo, rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Para cumprir sua
função, um manancial precisa de cuidados especiais, garantidos nas
chamadas leis estaduais de proteção a mananciais. Nessas regras, o ponto
principal é evitar a poluição das águas, coisa muito difícil de se
conseguir em um país como o Brasil. Por aqui, a expansão das grandes
cidades aconteceu de forma superbagunçada, comprometendo as fontes
dágua próximas às metrópoles. O exemplo mais conhecido - e triste - é o
do rio Tietê, que corta a capital de São Paulo e boa parte do interior.
Em tese, o mais famoso rio paulista poderia ser um manancial para
milhões de habitantes, mas quase 100 anos de poluição acabaram
transformando o rio em um enorme esgoto a céu aberto. Para piorar as
coisas para os paulistanos, outras importantes reservas de água estão
ficando comprometidas. A partir da década de 70, a cidade começou a se
expandir em direção à represa de Guarapiranga, com milhares de ocupações
clandestinas que despejam esgoto no manancial sem nenhum tratamento.
"Hoje, não é viável remover as pessoas de lá. A melhor saída é coletar o
esgoto e tratá-lo para diminuir a poluição", afirma o sociólogo Ricardo
Araújo, da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp). Infelizmente, São Paulo não é o único lugar do Brasil onde os
mananciais estão em perigo. No quadro ao lado, contamos um pouco mais
sobre o drama da represa de Guarapiranga e mais quatro casos de
desrespeito às fontes de água em outras metrópoles.
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