Uma tecnologia alternativa para o tratamento dos
rejeitos radioativos utilizando plasma foi testada com sucesso em um
laboratório francês em Landes (sudoeste), anunciou nesta quinta-feira a
gigante espanhola da energia Iberdrola e sua parceira belga
Belgoprocess.
Esta tecnologia, destinada aos rejeitos com nível de
radioatividade baixa e média, "permite reduzir de forma importante o
volume dos rejeitos após submetê-los a temperaturas que alcançam os 5
mil °C", explicaram as companhias em um comunicado.
Submetidas a estas temperaturas extremas do plasma (estado da matéria no qual elétrons se "separam" dos núcleos atômicos - o Sol é composto por plasma), os rejeitos radioativos são liquefeitos e depois vitrificados antes de serem resfriados, o que permite reduzir "em até 80 vezes" seu volume, acrescentaram a Belgoprocess e a Iberdrola Ingenieria, uma filial da companhia espanhola de energia.
Os resíduos radioativos são, em seguida, colocados em unidades de estocagem e cimentados. Os
últimos testes foram realizados durante dois dias em uma instalação da
sociedade francesa Europlasma Inertam em Morcenx (Landes).
A unidade de tratamento será transferida à usina nuclear
de Kozloduy, no noroeste da Bulgária, perto da fronteira romena,
explorada pela empresa pública búlgara BEH EAD. "Ela
será montada em setembro antes de ser colocada em funcionamento, o que
está previsto para daqui a dois anos", indicou a Iberdrola.
Mesmo que os volumes não sejam consideráveis, a
periculosidade dos resíduos radioativos representam altos custos de
estocagem e sepultamento. Reduzir os volumes permitiria limitar essa
conta.
Segundo o Comissariado de Energia Atômica e Energias
Alternativas (CEA) francês, os processos de tratamento com o plasma já
foram estudados (a CEA desenvolveu um procedimento denominado Shiva), e a
técnica foi empregada industrialmente em um local da sociedade Zwilag
em Würenlingen, no norte da Suíça.
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