segunda-feira, 16 de setembro de 2013

COMPOSTAGEM





Definição

            A compostagem utiliza-se de um processo natural de biodegradação. Caracteriza-se como um conjunto de técnicas aplicado para controlar a decomposição da matéria orgânica existente na quase totalidade dos resíduos da sua cozinha ou jardim, com a finalidade de se obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais, chamado de composto.
            Sendo uma transformação de lixo em fertilizante, caracteriza uma forma de reciclagem sustentável e eficiente de resíduos: Reduz-se a produção de resíduos orgânicos domiciliares destinados aos aterros sanitários, obtendo-se em contra-partida um composto orgânico natural e saudável, utilizável no cultivo em hortas e jardins, ou na agricultura.



Utilização

            O composto orgânico pode ser utilizado em qualquer tipo de cultura, associado ou não a fertilizantes químicos, como recondicionador de solos e com algum potencial fertilizante. Pode ainda ser aplicado para corrigir a acidez do solo, recuperação de áreas erodidas e em projetos de reflorestamento. O húmus presente no composto torna o solo poroso, permitindo a aeração das raízes, retenção de água e dos nutrientes.       
            Ao contrário do adubo industrializado, que dissolve-se facilmente sendo lixiviado pelas águas da chuva, o composto orgânico promove um balanço contínuo de nutrientes, liberando-os gradualmente à medida que se decompõe no solo. Apesar de conter uma percentagem de NPK bem inferior aos fertilizantes comerciais, o composto orgânico pode ser uma fonte de aproximadamente todos os elementos necessários para o desenvolvimento das plantas.


O Processo
            O composto é o resultado da degradação biológica da matéria orgânica, em presença de oxigênio do ar, sob condições controladas pelo homem. Os produtos do processo de decomposição são gás carbônico, energia desprendida na forma de calor, água e a matéria orgânica "compostada".
            O processo envolve transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica in natura sua fonte de energia, nutrientes minerais e carbono. Ao morrerem nos estágio seguintes, suas biomassas também tomam parte no processo.
            Os microorganismos presentes no processo são basicamente bactérias e fungos, invisíveis aos nossos olhos. Insetos, pequenos crustáceos, nematódeos e anelídeos também atuam de forma indireta e agilizam o processo. Se bem feita e controlada, a compostagem não libera cheiros ou odores desagradáveis, e nem atrai ou favorece a proliferação de vetores de doenças.



Como fazer
            A decomposição é um processo biológico aeróbio que, como qualquer outro, necessita de água, oxigênio e nutrientes. Portanto, a composteira deve estar sempre bem úmida, aerada e com resíduos orgânicos em quantidade satisfatória e equilibrada.
            Deve-se observar uma relação carbono/nitrogênio bem equilibrada, com uma proporção constante de 1/1 entre resíduos verdes, ricos em nitrogênio (cascas de frutas, restos de hortaliças, etc.) e resíduos marrons, ricos em carbono (palha, serragem, folhas secas, podas em geral, etc.). Deve-se quebrar ou triturar os resíduos maiores, favorecendo com que a decomposição ocorra mais rapidamente.           
            O material não pode estar muito seco, nem muito úmido. Deve-se regar, de preferência com a água da chuva, quando estiver de aparência e consistência ressecada; e se encharcar, retirar a umidade excessiva colocando folhas secas ou serragem. O ideal é que o composto fique sempre bem úmido, porém firme. Para proteger os resíduos do sol, do vento e da umidade excessiva, impedindo a lavagem pela chuva dos elementos nutritivos do composto, pode-se cobrir a composteira com jornal, lona, palha, tecido ou telha.
            Ao final de 2 a 4 meses aproximadamente, pode-se obter o composto pronto. É interessante peneirar esse material para o caso de existirem materiais graúdos que não foram compostados. Esses materiais poderão ser recolocados novamente na composteira, acelerando a decomposição do material mais recente, incubando colônias de microorganismos desenvolvidas durante o processo anterior.
           


O composto pronto se caracteriza por possuir aspecto homogêneo, de cor escura (marrom café), cheiro agradável de terra de floresta, estrutura de grãos pequenos (onde não se pode distinguir os materiais de origem) e muito importante, não aquecer mesmo após o reviramento.
            É muito importante revirar sempre o composto, pelo menos duas vezes por semana, principalmente no início do processo. Ele favorece que a matéria orgânica se transforme por igual em toda a composteira e permite a obtenção de um composto de boa qualidade homogênea. Além disto, o resíduo se compacta naturalmente impedindo a entrada de ar. Por isso é necessário revirar sempre os resíduos, permitindo o fluxo de oxigênio e sua aeração, evitando-se assim propagação de odores desagradáveis.
            No início do processo, ocorre um aumento da temperatura do material, que pode ser facilmente percebida com o tato. Este aumento de temperatura é normal e desejável, indicando que o sistema está funcionado de forma adequada. O aumento de temperatura é devido à liberação de energia na forma de calor, pelo processo de fermentação realizado pelas bactérias. A diminuição da temperatura após esta fase é um indicativo de que o composto está pronto para uso.

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