Todas essas sensações surgem apenas em locais que estão a pelo menos 2.300 metros acima do nível do mar. A pressão atmosférica é menor. Isso deixa o ar mais rarefeito e menos oxigênio circula. Quanto mais alto, pior: alpinistas profissionais, por exemplo, correm o risco de sofrer edemas pulmonar ou cerebral ao tentar escalar o Everest, que tem quase 9 mil metros de altitude.
Os sintomas geralmente começam 4 horas depois de alcançar os 2.300 metros. O coração se acelera à toa. Sinal de que o organismo está fazendo um esforço extra para continuar captando o oxigênio que sempre esteve acostumado a absorver.
A partir daí, o pulmão começa a trabalhar mais. E aí vem a falta de ar: por mais que as inspirações preencham todo o órgão, a sensação é que é preciso ter uma caixa torácica maior para tentar captar todo o oxigênio.
Nas horas seguintes, outros desconfortos podem surgir. Para alguns, é preciso passar até duas semanas nesse ambiente para adaptar-se totalmente.
A boa notícia é que nem todo mundo sente o mal das montanhas. A má notícia é que não é possível prever quem vai passar mal. No entanto, fumantes, asmáticos, sedentários, pessoas com problemas cardíacos, cardiovasculares e respiratórios podem sofrer mais. De qualquer forma, é possível se preparar com antecedência para tentar minimizar os efeitos.
Prepare-se para subir
Meses antes da viagem, a dica é tentar melhorar ao máximo o condicionamento físico. Exercícios aeróbicos ampliam as capacidades cardíaca e pulmonar. Com o coração e pulmão funcionando bem, eles realizam melhor a troca de oxigênio por gás carbônico no organismo.Uma semana antes de partir, o ideal é fazer uma dieta para suplementar o ferro. O mineral é um dos ingredientes essenciais para a produção de hemoglobina. Com mais glóbulos vermelhos circulando no organismo, a troca de gás carbônico por oxigênio é mais eficiente. Vale comer bife de fígado, folhas verdes escuras (como agrião, rúcula, mostarda, couve), feijão... Alie a ingestão de alimentos ricos em ferro com outros ricos em vitamina C. Com a vitamina, a absorção do mineral é mais garantida.
Subir gradativamente é outra medida que pode resolver os problemas. Conhecer cidades mais baixas antes de chegar ao destino final que fica em uma altitude maior é ideal para o organismo se adaptar aos poucos.
Já no alto, vale a pena trocar comidas gordurosas por alimentos ricos em carboidrato. O organismo recebe mais energia com o carboidrato e trabalha muito menos para digerir a gordura. Também é preciso evitar exercícios de intensidade para não sobrecarregar os órgãos que já estão trabalhando na intensidade máxima.
Caminho de volta
Quem sempre viveu em lugares de baixa altitude e passa mal na montanha costuma se recuperar já no momento em que retorna ao local mais baixo. E quem está acostumado a viver na montanha geralmente não sente desconforto ao viajar para a praia, por exemplo.Reza a lenda que quem vive no ar rarefeito ganha vantagem física ao praticar esportes em locais de altitude baixa. Isso não acontece: mesmo com a maior oferta de oxigênio, o organismo só vai absorver a quantidade necessária, nada além que o torne um super-homem. Até mesmo quem nasceu e praticou esportes nas montanhas pode sentir os efeitos da altitude ao retornar para casa após passar meses na praia, por exemplo.
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