sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Insetos que se alimentam de raízes ameaçam processo de sequestro de carbono

Sydney (Austrália), 29 nov (EFE).- Os insetos que se alimentam das raízes das árvores afetam à capacidade das florestas de atuarem como filtros naturais de carbono para resistir aos efeitos das mudanças climáticas, informou nesta sexta-feira a imprensa local.
Alguns estudos preveem que a elevação dos níveis atmosféricos de CO2 provocará uma espécie de "efeito de fertilização" através do aumento no ritmo da fotossíntese e da biomassa vegetal do planeta.
Mas Scott Johnson, especialista em ecologia da Universidade de Western Sydney, e seu colega Markus Riegler, consideram que tais projeções se esqueceram do impacto que poderia ser causado pelos insetos que se alimentam de raízes de árvores.
Para os cientistas, esses insetos têm capacidade para limitar o crescimento da biomassa provocado pelo aumento de CO2, o alimento das plantas no processo de fotossíntese que, em interação com a água, libera oxigênio na atmosfera.
Para efeitos do estudo, Johnson e Riegler submeteram um grupo de árvores jovens de eucalipto (Eucalyptus globulus) a diversos níveis de concentração de CO2 e à presença dos insetos que se alimentam de raízes em uma estufa, conforme foi divulgado pela emissora local "ABC".
Os níveis de CO2 fixados foram de 400 partes por milhão, que é o atual, e de 600 partes por milhão, concentração prevista para o planeta daqui a três ou quatro décadas.
Além disso, os especialistas utilizaram um tipo de besouro rinoceronte (Xylotrupes Gideon australicus), cujas larvas vivem na terra e se alimentam de raízes.
Nos experimentos, as árvores cresceram com maior rapidez em ambientes com maior concentração de CO2, como se esperava, mas isso ocorre somente na ausência dos besouros.
No caso em que não havia insetos, a biomassa de brotos e raízes cresceu 46% e 35%, respectivamente, segundo a "ABC".
Mas quando os cientistas acrescentaram os besouros nesse mesmo ambiente de alta concentração de dióxido de carbono, "as plantas basicamente pararam de crescer" por sua incapacidade de "tirar proveito dos altos níveis de CO2", explicou Johnson.
Os pesquisadores também descobriram que quando os besouros rinoceronte estavam sobre as folhas, as árvores tinham 9% menos água que os outros eucaliptos livres desses insetos.
"Se as plantas não vão crescer como era esperado ou não vão se desenvolver bem, então será reduzido o sequestro de carbono", comentou o cientista australiano. EFE

fonte:http://br.noticias.yahoo.com/insetos-se-alimentam-ra%C3%ADzes-amea%C3%A7am-processo-sequestro-carbono-055912307.html

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O que é que a couve tem?

Ingrediente indispensável da brasileiríssima feijoada e do caldo verde, que herdamos de Portugal, a couve, além de ser barata e fácil de encontrar em todo o país, oferece vários benefícios. Surpresa? Nós também ficamos. A questão é quanto mais os especialistas estudam essa verdura, mais surgem vantagens. Chega a parecer uma bula de remédio: a couve é antiinflamatória e cicatrizante. E, superimportante, ajuda a fixar o cálcio nos ossos.

De onde vêm esses poderes? Dos glicosinolatos, fitoquímicos naturais que, por terem ação desintoxicante, estimulam o organismo a se livrar até mesmo das substâncias cancerígenas, além de fortalecer o sistema imunológico. A partir daí, tudo funciona melhor. Quando você coloca a verdura no prato, também se serve de uma variedade incrível de vitaminas e minerais que, combinados aos fitoquímicos, favorece a absorção dos outros nutrientes da refeição, especialmente do cálcio. Nesse aspecto, a nutricionista Denise Madi Carreiro, de São Paulo, chega a comparar a folha ao leite materno.

Denise, que é conselheira do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional, afirma que a couve é um alimento até mais adequado para os ossos que o leite de vaca. “Além de ter cálcio e magnésio, ela carrega esses dois minerais na proporção adequada”, explica a nutricionista. O que isso significa? O cálcio precisa do magnésio na medida certa para conseguir exercer suas funções, entre elas, formar a massa óssea.

O leite de vaca tem nove vezes menos magnésio e três vezes mais cálcio do que a proporção necessária. Segundo Denise, isso faz com que o cálcio do leite tenha dificuldade de se fixar no nosso esqueleto. “Pior, ele rouba o magnésio existente no organismo. E, como a maior parte desse mineral fica concentrada dentro do osso, consumir mais cálcio do que magnésio aumenta o risco de perda de massa óssea. Daí para a osteoporose é um pulo”, diz a especialista.

O magnésio ainda é parceiro do cálcio em várias outras tarefas: ajudar o corpo a se livrar do acúmulo de gordura, manter a pressão arterial sob controle, regular a ação de hormônios e controlar os movimentos dos músculos (o cálcio contrai a musculatura e o magnésio relaxa). Além disso, o magnésio é fundamental para a formação e funcionamento de todos os neurotransmissores, sem exceção. É por isso que sem ele você se sente desanimada e até mal-humorada.

Na couve, o magnésio faz parte da clorofila – substância que dá a cor verde à folha e com potencial de renovar as células do nosso organismo. Quer dizer que a verdura tem mais essa vantagem: rejuvenesce. Depois de descobrir todos os poderes dela, a gente fica até com vontade de fazer uma “plantação” em casa. Mas como quase ninguém tem espaço nem tempo para isso, BOA FORMA foi atrás de sugestões práticas de consumo para você. Aproveite para colocar a couve mais vezes no seu cardápio. Você vai perceber a diferença na pele, no pique e na balança!

fonte: http://boaforma.abril.com.br/dieta/aliados-da-dieta/santa-couve-531606.shtml

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Congresso ameaça afastar crianças com deficiência do ensino regular

Há um lobby em curso no Congresso Nacional que pode levar à segregação de estudantes com deficiência nas chamadas escolas especiais. Pesquisas científicas e a experiência mostram que os alunos com deficiência podem aprender mais em ambientes inclusivos. Ganham eles e ganha a sociedade com a redução da discriminação devido ao convívio.
Para tratar do assunto, pedi um artigo para a jornalista Patricia Almeida, coordenadora da agência de notícias Inclusive/Inclusão e Cidadania e membro do Conselho da Down Syndrome International. Ela participou dos esforços que levaram à ratificação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência pelo Brasil. E, mais importante, é mãe de Amanda, de 9 anos, que nasceu com síndrome de Down:
O Plano Nacional de Educação (PNE), que norteará a política do setor nos próximos dez anos, está sendo debatido no Congresso Nacional. Para um grupo de brasileiros, aqueles com algum tipo de limitação, o plano pode não cumprir a meta de aprimorar a educação. Ao contrário, poderá ser visto como um grande retrocesso nas políticas de inclusão social e capacitação de pessoas com deficiência.
Com “as melhores intenções”, um grupo de deputados federais e senadores lidera campanha para segregar estudantes com deficiência nas chamadas escolas especiais. Utilizam o argumento falacioso de que nesses estabelecimentos as crianças e adolescentes recebem atendimento exclusivo em ambiente protegido. Talvez pudessem dizer que sua ausência no ensino regular também beneficia o rendimento dos alunos “comuns”.
Ambos os argumentos são enganosos, mas extremamente difundidos entre os brasileiros. Pesquisas científicas e a experiência mostram justamente o contrário: os alunos com deficiência aprendem mais em ambientes inclusivos – e não apenas seus colegas, como toda a comunidade, ganham com o convívio. A inclusão escolar é também o melhor antídoto contra a discriminação e, por isso, nos países desenvolvidos já é prática desde os anos 70.
Embora ainda precise melhorar muito, o Ministério da Educação tem se esforçado para receber esses novos alunos na rede de ensino. Cada vez mais, eles estão saindo de casa ou deixando as escolas especiais e migrando para o ensino regular. Prova disso é que houve um impressionante aumento de quase 1.000% das matrículas de alunos com deficiência nas escolas entre 1998 e 2010.
Mesmo assim, ao invés de concentrar os esforços em garantir a qualidade necessária para que os estudantes que estão sendo incluídos progridam em salas de aula comuns, o lobby das instituições assistenciais que se dizem representantes das pessoas com deficiência como Apaes, Pestalozzis e outras no Congresso Nacional é na direção contrária.
E é também na contramão da lei e dos direitos humanos o posicionamento dos senadores da comissão de educação, que apoiam o texto defendido pelas escolas especiais. A redação proposta inclui que as crianças com deficiência devem estudar “preferencialmente'' nos estabelecimentos de ensino regular. Embora pareça uma mudança pequena, essa palavra cria duas classes de alunos, os “mais deficientes'' e os “menos deficientes'', os “incluíveis'' e os “não-incluíveis''. E isso, além de inaceitável, vai contra a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada em 2009 como norma constitucional.
Imagine uma mãe que vai matricular seu filho numa escola perto de casa e tem que ouvir da diretora que por conta daquele “preferencialmente'' a escola não precisa mais aceitar a criança? São mais de 600 mil estudantes com deficiência incluídos na rede regular de ensino público e privado. O que dizer a essas famílias? Acabou a festa? Mande seu filho de volta pra exclusão, de onde ele nunca devia ter saído?
Mas por que a inclusão não interessa às entidades filantrópicas? A resposta é simples – os recursos governamentais que as mantém são pagos per capita, e requerem que os usuários estejam lá dentro. Quando são incluídos, a verba se vai. Desesperados, os dirigentes e seus padrinhos políticos têm provocado campanhas para aterrorizar os pais, dizendo que seus filhos vão ficar sem escola.
A receita tem dado certo. Não houve um senador sequer, nem dos mais progressistas, que tenha ousado elevar sua voz contra as Apaes.
Mas afinal, senhores senadores, o que o PNE trará de concreto e afirmativo para a educação inclusiva das crianças e jovens com deficiência e para o combate à discriminação nos próximos 10 anos? Qual é a mudança proposta pelos senhores? Algum avanço ou só mesmo a volta à segregação de seres humanos?

sábado, 2 de novembro de 2013

Cientistas dos EUA avançam na busca de vacina contra a Aids

Cientistas americanos que querem desvendar os mistérios do HIV, causador da Aids, conseguiram capturar a imagem mais clara até agora de uma proteína que permite que este vírus mortal ataque as células do sistema imunológico humano, demonstrou um estudo.
Estudiosos do Instituto de Pesquisas (TSRI, na sigla em inglês) e da Universidade Weill Cornell Medical College conseguiram obter uma visão detalhada da estrutura atômica da proteína que envolve o HIV, vírus da imunodeficiência humana adquirida.
Segundo o estudo publicado na revista americana Science, a descoberta poderia abrir a via para uma vacina contra este vírus.
"Para desenvolver uma vacina se deve entender quais partes desta importante proteína trimérica podem ser reconhecidas por anticorpos amplamente neutralizantes", disse a bióloga celular do TSRI, Bridget Carragher.
"Para entender isto, deve-se compreender que aspecto tem a estrutura dessa entidade", continuou.
"Uma vez feito isso, pode-se começar a projetar uma vacina que imite essa entidade, provoque uma resposta de anticorpos e consiga com que o ser humano combata o vírus real quando aparecer", prosseguiu.
Embora fármacos antivirais sofisticados tenham sido usados para tratar o HIV em muitos países desenvolvidos, até agora não se conseguiu uma vacina contra esta infecção.
O fracasso no desenvolvimento de uma vacina costuma ser atribuído à natureza complexa da proteína que envolve o HIV, conhecida como Env.
A delicada estrutura de Env tem dificultado os esforços para obter a proteína em uma forma que permita a formação de imagens de resolução atômica necessárias para compreendê-la cabalmente.
"Tende a desmoronar, por exemplo, mesmo quando está na superfície do vírus, razão pelo qual para estudá-la temos que conseguir com que seja mais estável", disse o biólogo do TSRI, Andrew Ward.
No entanto, os cientistas conseguiram projetar uma versão do trímero Env, uma estrutura de três componentes, com a estabilidade necessária para a formação de imagens de resolução atômica.
Os pesquisadores conseguiram estudar o trímero Env usando imagens de vanguarda e microscopia eletrônica.
O uso de cristalografia de raios-X permitiu aos pesquisadores examinar o trímero Env com mais detalhes do que em tentativas anteriores.
Os dados também permitiram aos cientistas fazer comparações com as proteínas de envoltório de outros vírus mortais, como a gripe e o ebola.
Amostra de pessoa que vive com HIV é vista em laboratório que realiza pesquisas sobre Aids em 13 de setembro de 2013, na cidade de Abidjan, na Costa do Marfim

Fonte:  http://br.noticias.yahoo.com/cientistas-dos-eua-avan%C3%A7am-busca-vacina-aids-202015124.html